Opúsculo perplexo

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Opúsculo perplexo
Felipe Moreno

O fragmento literário, resvalado na filosofia, é o exercício da dúvida; e o exercício da dúvida é o foco do ceticismo; e a natureza do ceticismo é a suspensão de todos os juízos, o desprendimento das certeza, a abertura ante o silêncio e a tranquilidade do vazio. Ao mesmo tempo, a mesma escrita fragmentária é o registro de uma certa evidência, experiência de assalto, clarão da realidade. Daí o paradoxo que produz a fusão: o fragmento literário, relato cru, intempestivo, é a certeza das incertezas, a evidência do vazio, o planar no abismo.

Em opúsculo perplexo, a escrita de dúvidas e clarões ocorre in loco, colada no tempo da experiência, como quem, instantes após a vivência, saca o caderno do bolso e registra — e tal registro é o texto final, a própria literatura: frases soltas, diretas, uma espécie de esboço lapidado, ou escrita íntima e diarística de quem, aparentemente, quer guardar aquilo em segredo.

opúsculo perplexo é uma miscelânea fragmentária (ou zuihitsus), inspirada da filosofia zen budista do Extremo Oriente, com toque da filosofia existencialista ocidental, que circula pelos mesmos temas estranhos e escuros, estridentes e sutis: o mistério da morte, a dádiva da risada, o valor a simplicidade, o contato com o vazio. A ilustrações de capa e contracapa são pinturas de Sengai Gibon (1750–1837), monge zen budista japonês conhecido pelos seus ensinamentos irreverentes e pinturas alegres.

Capa: Felipe Moreno, ilustração de Sengai Gibon
Diagramação: Felipe Moreno
Dimensões: 12 cm x 20 cm
40 páginas
Capa em vergê madrepérola 180g/m²
Miolo em pólen bold 90g/m²

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Informação adicional

Peso 0,08 kg
Dimensões 20 × 12 × 0,5 cm